domingo, 11 de novembro de 2012

Capitulo.7 - Desequilíbrio.

E a voz continuava a sair da TV:

Voz: Iniciar Operação em três dias. Desligando Transmissões...

Um ruido metálico começou a ser emitido da TV por um curto período e logo em seguida sumiu, Thomas baixou a cabeça e começou a praguejar, ficamos em silencio até Alice e Mary saírem do banheiro:

Alice: O que foi?

Santiago: Temos de sair daqui antes que passem três dias!

Ela me olhou com desdem:

Alice: E porque fazer isso? Achamos um lugar bom para ficar...

Eu a interrompi:

Santiago: Os soldados vão voltar para cá, escutamos uma transmissão pela TV, a antena deve ter pego o sinal...

Ela agiu como se não estivesse surpresa, ao contrario de Mary que começou a chorar,  Thomas estava indiferente, mesmo que fosse sua irmã ali chorando ele aparentava não ligar, ele pegou uma toalha e algumas roupas, entrou no banheiro e fechou a porta, deixando nós três ali, sozinhos, Alice fez Mary parar de chorar e deu um Cheetos que pegamos no mercado para ela comer, ela olhou para mim e fez um gesto para que eu saísse do quarto, fiquei esperando ela la fora ate que ela saiu:

Alice: O que vamos fazer Santi? Você que quis vir para São paulo, e agora?

Santiago: Na verdade, eu não quis vir para São Paulo, eu escolhi vir para cá porque um antigo amigo da minha família mora cerca de cento e vinte quilômetros depois da cidade...

Alice: E você pensa que ele pode não ter sido encontrado pela Novus Ordo Seclorum?

Eu assenti, ela havia lido meu pensamento, como ela sempre havia feito a vida toda, ela olhou para mim como se já tivesse perdido todas as esperanças e disse:

Alice: Tudo bem Santi, vamos confiar nossas vidas em um palpite seu...

Então ela entrou no quarto, Thomas acabará de sair do banho e Mary estava deitada acordada na cama, eu contei a eles o que queria fazer e os detalhes:

Santiago: O Amigo da família se chama Maxmillian Seto, ele tem meio que um refugio escondido em uma mata longe da cidade, tem uma chance de que não encontraram o lugar e que ele esteja a salvo...

Como sempre, Thomas indagou:

Thomas: E Se não estiver? O que vamos fazer?

Eu respondi cabisbaixo:

Santiago: Eu não sei...

Ele me encarou, percebi a raiva em seus olhos:

Thomas: Mas EU sei o que vou fazer se o local não estiver seguro, eu vou te matar!

Mary: Thomas, pare... Vamos confiar nele, eu tenho fé que ele esta certo...

Thomas começou a rir da irmã, então ele deu um sorriso sarcástico e disse:

Thomas: "Fé", Isso um dia vai acabar te matando...

Ela se levantou da cama e respondeu de prontidão:

Mary: Arrogância, isso que vai acabar te matando...

Os dois se olharam por um tempo e ficaram em silencio, Thomas pegou as roupas dele e colocou em uma sacola a parte, ele abriu a porta do quarto e disse:

Thomas: Sinceramente, não aguento ficar com vocês, vou embora daqui...

 Ele bateu a porta com força, Alice tentou segui-lo mas eu a segurei, Mary deitou na cama de solteiro e adormeceu rapidamente, Alice sentou-se na cama de casal e eu me sentei ao seu lado, ela encostou a cabeça no meu ombro e perguntou:

Alice: Vamos amanhã então?

Santiago: Sim, amanhã de manhã...

Ela deu um suspiro:

Alice: Isso nunca vai acabar?

Santiago: Eu gostaria de saber...

Nós ficamos devaneando, até que caímos no sono...

27 de março de 2012 - 22:46

Eu acordei com uma luz vindo da sacada, era uma luz forte, como se fosse fogo, primeiro pensei que os soldados haviam chegado, Alice e Mary ainda estavam dormindo, não havia necessidade de acorda-las ainda, eu sai para a sacada, um grupo de dois homens e uma mulher estavam parados como se estivessem esperando alguém, algumas pessoas estavam amarradas e inconscientes, me abaixei para que não me vissem, comecei a observar o que acontecia, enquanto um dos Homens e a mulher riam descontroladamente, o outro homem jogou uma das pessoas no fogo, eu estava aterrorizado, e fiquei mais ainda quando avistei um garoto, amarrado junto as outras pessoas, as pessoas estavam organizadas em uma especie de fila, e ele seria o próximo  eu corri para dentro do quarto e peguei a Remington, desci correndo as escadas e abri a porta, comecei a correr na direção daqueles três babacas e gritei apontando a Remington:

Santiago: Tirem as mãos dele!

Os três se viraram no mesmo momento, o homem que estava jogando as pessoas no fogo pegou o garoto e começou a segurar uma faca contra o pescoço dele:

Homem: Eu não sei quem é você, mas quem entra no nosso território tem que morrer, alem do mais, vi esse garoto matando um dos nossos, o qual era dono dessa arma em suas mãos, eu acho justo a troca, a vida de um dos nossos, pela vida de um dos seus...

Santiago: Ameaçar alguém para conseguir o que quer é mesmo muito covarde de sua parte!

Homem: E o que VOCÊ esta fazendo seu babaca?

Realmente, eu percebi que havia falado besteira:

Santiago: Solte logo o garoto, se não fizer isso...

O Homem largou Thomas no chão e gritou:

Homem: Se não você vai atirar em mim? Então faça! FAÇA!

Eu comecei a tremer:

Homem: FAÇA LOGO!

Santiago: Antes me diga, porque esta fazendo isso?

Homem: Comer carne crua é ruim...

"Ótimo" ,pensei, não havia nem cinco dias e a população que era canibal devia ser quase metade pelo jeito, os dois outros riam baixo, eu estava nervoso, porém não podia deixar Thomas morrer, eu mirei a arma na cabeça dele, e depois de alguns segundos pensando, eu apertei o gatilho...

Nada, não aconteceu nada, então lembrei que eu não tinha recarregado a arma, comecei a suar frio enquanto o homem vinha para cima de mim dizendo:

Homem: Acho que alguém esta muito encrencado...

...

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