Nós estávamos passando pelas ruas da cidade, Procurávamos um Hotel que aparentasse ser bom, mas que não chamasse atenção, a cidade estava vazia, ou era o que nos pensávamos, eu dei uma freada brusca quando Mary gritou:
Mary: Ali!
Ela estava apontando para um hotel não muito grande, mas que parecia ser o que queríamos dirigi o carro até la, perguntei se Alice não podia dirigir, então trocamos de lugar e eu desci do carro, abri o portão da garagem do hotel e Alice entrou com o carro, logo depois tranquei o portão novamente, Thomas foi o primeiro a descer do carro:
Thomas: Quanto tempo vamos ficar aqui?
Alice e Mary desceram logo em seguida, elas ficaram me olhando como se também quisessem ouvir minha resposta:
Santiago: Apenas até as coisas se acalmarem...
Thomas me encarou com raiva:
Thomas: E quando vai ser isso? Você acha que aqueles babacas não vão voltar? Logo os Helicópteros estarão ai, rondando a cidade! E o que vai fazer a respeito?
Eu tentei ignorar, me virei e disse:
Santiago: Que seja, vamos logo!
Pegamos as coisas do mercado no porta-malas, coloquei minha mochila nas costas e meu punhal no bolso da mochila, peguei o cutelo que havia roubado daquele homem insano e coloquei ele junto do punhal, nós entramos no hotel, havia uma pequena entrada, tinha um sofá, um balcão, uma porta e uma escada, a porta estava aberta, Thomas foi para lá e fechou a porta, eu peguei o sofá e coloquei na frente, nós subimos as escadas e entramos no primeiro quarto, era um lugar bem arrumado, tinha uma TV, uma porta que provavelmente levava a um banheiro, uma cama de casal e uma de solteiro, também tinha uma poltrona, colocamos nossas coisas no chão, Alice e Mary sentaram na cama de casal, Thomas sentou na poltrona e eu me sentei na cama de solteiro:
Mary: Eu queria tomar um banho, mas não temos outras roupas!
Realmente, ela havia tocado em um assunto interessante, nós esquecemos de pegar algo para nos vestirmos, estávamos todos sujos, então eu me levantei e disse:
Santiago: Vou sair do hotel e procurar uma loja de Roupas ou de conveniência! Sempre tem roupas turísticas nesses lugares! Alice, cuide de tudo até eu voltar!
Alice tentou me parar, eu peguei a mochila com o punhal e o cutelo e desci as escadas, estava tirando o sofá da frente da porta quando me deparei com Thomas:
Thomas: Eu vou junto!
Santiago: Nem pensar, pode ser perigoso!
Ele pegou o cutelo de minhas mãos e começou a me rodear com uma expressão séria:
Thomas: Eu e minha irmã nem conhecemos vocês, ela é Amável e se da bem com as pessoas, ela se adapta melhor com as pessoas, porem, eu não ligo para ninguém, não me importo com que você ou a outra moça morram, digamos que eu me adapto melhor com a situação, Mas acho que ficaremos juntos por um bom tempo, então eu quero ver de perto se você é mesmo de confiança!
Dei um sorriso sarcástico para ele:
Santiago: Já vi que você não é uma criança normal, então não te tratarei como uma!
Ele retribui o sorriso:
Thomas: Eu não pedi que tratasse!
Nós saímos do Hotel, andamos cautelosos por umas três quadras, quando avistei uma loja de roupa, era daquelas baratas, mas servia, corremos até la e começamos a pegar o que precisávamos, três mudas de roupa para cada um, coloquei as minhas na mochila, Thomas me deu duas sacolas que achou na loja e ficou com outras duas, colocamos as outras mudas de roupa, estávamos saindo da loja quando uma voz e um barulho de arma recarregando que vinha de trás nos fez parar:
Homem: Ei vocês! Seus Bastardos! Pensam que podem roubar a minha loja e sair assim, na maior paz? Vire-se, quero ver o rosto de vocês, Cretinos miseráveis!
Nos viramos lentamente, não podíamos correr pois estávamos segurando as sacolas com as roupas, o homem aparentava ter uns quarenta anos, ele tinha alguns poucos fios de cabelo e fumava um cigarro enquanto segurava uma arma que eu reconhecia, era uma Remington Modelo 870, uma espingarda, acho que podíamos escapar se fizéssemos ele errar o primeiro tiro, ou se ele matasse o garoto primeiro, ele demoraria um pouco a recarregar, o tempo suficiente para eu mata-lo:
Santiago: NÃO!
Eu gritei para afastar esse tipo de pensamento, não deixaria Thomas morrer e também não mataria o homem, os dois olhavam encabulados para mim, Thomas percebeu que o homem havia se distraído, então jogou o cutelo que passou zunindo perto da cabeça dele, o homem se assustou e atirou, atingindo a parede do meu lado, Thomas saiu correndo e passou pelo homem, pegou o cutelo, e antes que ele recarregasse, o atingiu no pescoço, o homem caiu no chão, com sangue espirrando para todos os lados, eu olhei apavorado para Thomas, que estava sujo de sangue, porém, acho que com tudo que aconteceu eu me acostumei um pouco com esse tipo de cena, Thomas começou a rir de uma hora para outra e disse:
Thomas: Matar pessoas é tão legal! Ainda mais se for um imprestável como esse!
Ele caiu ajoelhado no chão, não parava de rir, eu me aproximei e disse:
Santiago: Você realmente não pensa não é? Matar um homem inocente?
Thomas: Ele iria nos matar!
Santiago: Ele estava na mesma situação que nós estamos, Estava desesperado, bastava conversar com ele!
Andei até um balcão e peguei uma toalha, me agachei perto do homem e fechei seus olhos:
Santiago: Descanse em paz!
Peguei a Remington de suas mãos, procurei nos bolsos dele e encontrei seis balas, e por fim, cobri o corpo dele, me levantei, Thomas continuava rindo, porém de uma forma moderada agora, peguei as sacolas e minha mochila e disse:
Santiago: Vamos logo, e nunca mais faça algo assim!
Ele se levantou e pegou as sacolas, andamos em silencio até o hotel, entramos e fechamos a porta, quando subimos, Alice me perguntou:
Alice: Porque demoraram?
Santiago: Tivemos alguns problemas!
Mary estava olhando para o irmão:
Mary: Porque você esta cheio de sangue Tommy?
Não sabíamos o que dizer, Mas não devíamos contar a verdade:
Santiago: Encontramos um homem vivo, mas muito ferido, ele estava caído no chão, então Thomas foi la e tentou ajuda-lo, porem ele vomitou sangue nele antes de morrer...
Thomas deu um sorriso de leve e assentiu, as duas não reclamaram, mas percebi que Mary não acreditará na historia, então Alice pegou umas roupas para elas duas e disse:
Alice: Vamos tomar banho! Vamos dividir o banheiro para gastar menos aguá!
Elas entraram, então nos deixaram sozinhos, eu sentei na poltrona e liguei a TV, ainda estava a mesma Piramide com olho em cima escrito: "Novus Ordo Seclorum" embaixo, Thomas sentou no chão para não sujar nada com o sangue:
Thomas: Por favor... Não conte nada para minha irmã...
Eu olhei para ele surpreso, o mesmo garoto que disse não se importar com ninguém estava ali me pedindo algo?
Santiago: Não se preocupe... Percebeu que sua Irmã se aproximou bastante da Alice?
Thomas: Provavelmente é pelo que eu te disse antes, eu me adaptei melhor com a situação, mas Mary consegue se adaptar melhor com as pessoas...
Ele estava cabisbaixo, isso me fez ficar com remorso, porem não sabia o porque, me levantei e fui em sua direção, e em um momento de compaixão, estendi a mão para ele e disse:
Santiago: Vai ver é porque as pessoas tem de se adaptar a voce, e não você a elas!
Eu dei um sorriso para ele, ele levantou a cabeça, me olhou por alguns segundos e me cumprimentou, eu ajudei ele a se levantar, e começamos a rir da situação, foi a primeira vez em muito tempo que eu não ria...
Mas como se diz, tudo que é bom dura pouco...
Uma voz começou a emitir da TV que eu tinha deixado ligada, nos dois ficamos completamente perplexos enquanto escutávamos:
Voz: "Atenção. Noticias Globais. Resultados do Massacre: dois terços da população mundial esta morta, enquanto oitenta por cento do um terço restante esta na Novus Ordo Seclorum. Ainda resta sobreviventes das antigas Nações. Começar a estabelecer bases Mundiais nas seguintes cidades: Cairo, Madrid, Nova Délhi..."
Ele citou varias cidades, até que ele falou uma que me fez sentir um medo enorme....
Voz: "...São Paulo..."
Continua...
Botei fé no thomas agora...
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