quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Capitulo.5 - Memorias. (Segunda Saga)

27 de Março de 2013 - 11:52 - Estrada

Viajamos dez horas seguidas, Pegamos coisas no super-mercado de Trindade e também pegamos emprestado um pouco de gasolina para o Cross fox, o suficiente para encher o tanque, Thomas e Mary dormiam no banco de trás, Alice estava, por incrível que pareça, acordada, ela estava olhando para a janela, impaciente, ela não reagiu bem quando contei o que aconteceu na Igreja, mas não me preocupei, afastei meus pensamentos, já devíamos estar chegando em São Paulo, quando Alice virou para mim:

Alice: Santi, você ainda não me respondeu...

Fingi que não sabia do que ela estava falando, mas eu sabia sim, e muito bem, eu não sabia o que dizer, no momento, apenas um monte de memorias inundavam minha mente, tudo relacionado ao momento que eu passava agora...

FLASH BACK / SANTIAGO

12 de Outubro de 2002 - 14:32 - Calçada

Eu estava sentado na calçada na frente de casa, eu tinha cinco anos quando isso ocorreu, eu olhava atentamente para o caminhão de mudança chegando, teria novos vizinhos, eu não gostava da ideia, pois isso geralmente significava crianças, e eu era muito tímido  até que chegou um Santana e parou na frente da casa, eu baixei minha cabeça e comecei a olhar meu reflexo em uma poça de água, até que alguém pairou em minha frente, eu levantei os olhos, era uma garota que aparentava ter minha idade, ela era linda, tinha cabelos loiros e olhos azuis, eu comecei a olha-la que nem bobo, e pelo jeito ela percebeu:

Garota: Oi, eu sou a Alice! Como é seu nome?

Santiago: S-santiago!

Alice: Quer brincar?

Ela deu um sorriso para mim, eu hesitei por um tempo, mas me levantei e sorri de volta, nós corremos em direção ao meu quintal e brincamos por lá á tarde toda...

01 de Fevereiro de 2004 - 20:45 - Calçada

A Calçada tinha sido reformada hoje a tarde, que por sinal, era meu aniversario, minha mãe tinha organizado uma festa para mim, porém eu estava observando o cimento secar, quando Alice apareceu e me puxou pela mão:

Alice: Não vamos ficar ai observando, vamos escrever nossos nomes!

Ela sorria como sempre, não acredito que há dois anos eu havia finalmente achado uma amiga, eu era muito tímido e por isso ninguém falava comigo, eu tive sorte de Alice ter mudado para cá, nós seguimos até o cimento e escrevemos: Santi e Alice - 2004, acho que nunca vou me esquecer desse aniversario...

31 de Outubro de 2009 - 23:19 - Festa

Halloween, neste dia aconteceu uma Festa de Halloween na casa de um amigo meu, já não era mais tão tímido quanto antes, eu convidei Alice para ir e ela aceitou, ela ficou do meu lado desde o começo da festa, acho que naquele momento eu já tinha percebido que era apaixonado nela, e eu acho que ela também gostava de mim, eu estava conversando com alguns amigos e ela continuava comigo, quando um cara chamado Hershel, da nossa idade, que aparentava ter uns quinze anos e era um riquinho babaca chegou e passou um dos braços sobre o ombro dela:

Hershel: Ei Alice, deixa esse babaca e fica comigo!

Ele começou a puxa-la a força, eu olhei para Alice e vi sua cara de espanto, ela retribuiu o olhar como se dissesse: "Por favor, me ajuda", Notei que ele estava bêbado  dessa idade e ja bebe, eu estava pensando nisso quando ele pegou a cabeça dela e começou a forçar ela a beija-lo, porém antes que ele conseguisse minha mão foi parar na cara dele, que caiu atordoado no chão, a musica parou e todos começaram a olhar para mim:

Santiago: Alice, vamos sair daqui!

Saímos da festa, Ela estava quase chorando enquanto caminhávamos ate nossas casas, que ficavam a apenas quatro quarteirões dali, eu a acompanhei ate em casa, quando chegamos na porta, ela virou para mim e disse:

Alice: Obrigada Santi... Por ter me protegido...

Ela se aproximou e, para minha surpresa, me deu um beijo, logo ela se afastou e antes de entrar, me deu um tchau, eu fiquei parado que nem um bobo lá, apenas apreciando o momento que passou...

07 De Janeiro de 2011 - 16:38 - Calçada

Santiago: Você vai embora?

Ela estava chorando na minha frente, eu não acreditava naquilo:

Alice: Meu pai ganhou um emprego do outro lado da cidade, para ficar mais fácil vamos nos mudar para um lugar mais perto, e consequentemente vou mudar de Colégio...

Ela me abraçou e eu fiquei ali, parado, quando de repente, um Cross Fox Cinza, que havia sido trocado pelo antigo Santana, buzinou:

Alice: Até logo...

Então ela se afastou de mim e entrou no carro, eu fiquei observando enquanto o carro sumia nas ruas da cidade, lembro que naquela noite, eu dormi muito mal....

FIM DO FLASH BACK

27 de Março de 2013 - 12:34 - Estrada

Alice: E então?

Eu recobrei meus pensamentos, olhei para ela e soltei:

Santiago: Eu tinha minhas duvidas se você realmente queria me ver!

Alice: Se eu queria te ver? Eu esperava todos os dias você chegar lá para me visitar, você foi apenas duas vezes e...

De repente, paramos de falar quando percebemos que Thomas estava acordado e sentado no meio, escutando tudo:

Thomas: Ok, agora que os dois pararam, creio eu que vão escutar o que aconteceu comigo, minha irmã e meus pais?

Santiago: Na verdade, não quero escutar...

Thomas: Não perguntei se queria, eu disse que vai!

Eu fiquei surpreso, o garoto era afiado para ter apenas doze anos, mas antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ele começou....

FLASH BACK / THOMAS

25 de Março de 2013 - 03:20 - Trindade, Casa de Thomas e Mary.

Eu estava quase dormindo, quando escutei minha mãe e meu pai discutindo novamente, provavelmente pelo fato de meu pai chegar bêbado , Mary estava deitada na outra cama, eu me levantei e fui em direção a porta, quando abri, meus pais pararam a discussão e disseram em uni sono:

Pai e Mãe: O que foi Thomas?

Thomas: Vim... Beber água!

Me dirigi ate o bebedouro e tomei tudo em uma só golada, voltei para meu quarto e me deitei, um pouco antes de dormir, escutei meus pais começando novamente a discutir...

25 de Março de 2013 - 20:32

Mãe: Thomas, Mary, Rápido!

Nós corremos para igreja, estávamos com medo de algum daquele soldados estarem por lá ainda, mas quando escutamos o aviso pelo radio não pensamos direito, viemos correndo, o padre nos esperava com a tradicional batina, era um homem careca, porem suspeito:

Jonathan: Ola, meu nome é Jonathan, entrem!

Ele nos conduziu até um quarto, tinha uma cama de casal e o Padre havia posto dois colchoes no chão, meu pai e minha mãe deitaram e foram descansar, minha irmã também, eu cheguei no padre e perguntei:

Thomas: Uma pergunta, esse envio de radio foi por uma estação de radio amadora?

O Padre assentiu, meio surpreso:

Jonathan: Sim, deixei uma mensagem gravada rodando de hora em hora!

Eu dei um suspiro e assenti, voltei para o quarto e deitei no colchão, estava muito cansado...

Quando acordei, apenas abri os olhos, não me levantei, já devia estar de madrugada, quando eu vi o Padre entrar no quarto com um cutelo, eu olhava atentamente para seus movimentos, quando ele atingiu a cabeça de minha mãe, a matando instantaneamente, e logo depois, atingiu meu pai, eu fiquei quieto, naquele momento descobri que eu não ligava para meus pais, eu acho que já desejava a morte deles, certamente não sou normal, mas pensei se ele iria nos matar também? Ele se virou para mim e disse:

Jonathan: Eu sei que esta acordado!

Eu me levantei e puxei Mary  rapidamente, porem ela não acordou e antes que eu reagisse, ele me acertou com o cabo do cutelo e eu desmaiei...

FIM DO FLASH BACK

Thomas: Então é isso...

Eu e Alice estávamos ambos chocados, aquele homem era mesmo Insano, e o garoto, pelo jeito ele era frio, eu nunca me esqueceria destes fatos, ficamos quietos o resto da estrada, até que nos deparamos com uma placa que nos deixou ainda mais angustiados:

"Bem vindos a São Paulo"

Continua...


domingo, 28 de outubro de 2012

Capitulo. 4 - Não estou sozinho! Parte - 2

26 de Março de 2013 - 09:34 AM - Estrada

Nos Havíamos saído a pouco tempo da cidade, não tínhamos mais o que fazer la, nossas famílias tinham sido mortas, Nos havíamos pego o carro do pai de Alice, um Cross Fox cinza, nos resolvemos sair na estrada lá pelas cinco da manhã, tentaríamos procurar um lugar mais seguro, Alice dormia no banco do passageiro, eu meio que sentia remorso por ter deixado ela ter visto os pais dela naquele estado, eu afastei esses pensamentos, eu estava quase dormindo, liguei o radio com uma esperança de que tivesse algo para escutar e afastar o sono, quando sintonizei em uma estação que passava uma voz segura:

Voz: Se houver algum sobrevivente desse massacre! Temos comida e abrigo na Igreja de Trindade, repito, temos comida e abrigo na Igreja de Trindade!

Alice acordou incomodada com a voz que o radio emitia, eu o desliguei, virei o carro e comecei a voltar:

Alice: O que foi? Porque estamos voltando?

Santiago: Eu escutei pelo radio um homem dizendo que tem abrigo e comida na Igreja de Trindade!

Alice: Você acha seguro voltarmos?

Santiago: A Cidade de Trindade é pequena, Goiânia roubaria o centro das atenções  então tem chance de que ela não tenha sido atingida pelo Massacre!

Alice: Então porque eles estão anunciando abrigo e comida pelo radio?

Ela estava certa, se for verdade o que o homem na TV disse, esse foi um Massacre Global, nós ficamos quietos por um tempo e o assunto se perdeu, eu estava nervoso, então ela disse:

Alice: Santi... Posso te perguntar uma coisa?

Santiago: Claro!

Ela colocou as pernas no banco e as abraçou:

Alice: Porque só agora que ocorreu esse Massacre você voltou para me ver?

Eu não tinha resposta, ela se virou e encostou a cabeça no banco, ficamos em silencio até chegarmos em Trindade, paramos na frente da igreja, havia um homem careca com uma batina na porta, como se esperasse algo, ou alguém, andamos até ele, ele abriu um grande sorriso quando nos avistou:

Santiago: Ola, meu nome é Santiago e essa é Alice, nós escutamos seu aviso no radio...

Padre: Oh, sim, claro! Meu nome é Jonathan e sou o padre desta igreja, ou era, mas de qualquer forma venham, entrem! Tem espaço para todos!

Nós o seguimos, percebi que ele tinha duas chaves penduradas por um colar no pescoço, resolvi não questionar, chegamos até uma sala que dava para três portas, eu fui abrir uma delas porém o padre me impediu:

P. Jonathan: Por favor não entre ai!

Eu achei a atitude dele suspeita, mas antes que eu falasse algo, ele nos empurrou para a única sala aberta, era um grande quarto, tinha uma cama de casal, um criado-mudo e uma porta, não reclamei muito, e Alice menos ainda, ela deitou na cama e adormeceu rápido  me perguntei o quanto que ela conseguia dormir em um dia, logo depois me virei para o Padre:

Santiago: Você teria algum lugar para eu tomar banho?

P. Jonathan: Claro, tem um banheiro ali naquela porta, qualquer coisa me chamem!

Então ele saiu do quarto, eu entrei no banheiro e tomei um banho, pensei em tudo que aconteceu até ali e disse no vácuo:

Santiago: Será que ainda existe um futuro?

Eu sai do banheiro, coloquei minhas roupas, deitei na cama do lado de Alice e adormeci...

26 de Março de 2013 - 23:43

Acordei suando frio, olhei para o lado e Alice não estava lá, me levantei da cama, caminhei até a porta e a abri, tomando cuidado para não fazer barulho, o Padre estava dormindo em uma cadeira, eu ia procurar Alice, porém minha curiosidade foi maior, me aproximei bem devagar e comecei a passar as chaves por volta do pescoço dele, ele começou a roncar e eu me assustei, porém consegui retira-las, andei até uma das portas, coloquei uma das chaves, não girou, coloquei a outra, eu girei a chave e a porta abriu, era um quarto todo escuro, apalpei a parede procurando um interruptor, eu finalmente achei e acendi as luzes, depois disso eu vomitei no chão, havia dois cadáveres despedaçados, e sangue para todo lado:

Santiago: O Que é isso?

Alguém colocou a mão no meu ombro:

P. Jonathan: Entenda garoto, um dia a comida vai acabar por causa desse Massacre, eu apenas estava estocando!

Eu me virei e cai no chão, afastando a mão dele, ele estava com um sorriso sarcástico no rosto, eu estava apavorado:

Santiago: Mas você é... Um Padre!

Jonathan: Não acredite em tudo que te disserem garoto! Eu sou um soldado da Novus Ordum Seclorum! Eu fui esquecido aqui durante a operação, enquanto não derem minha falta eu guardarei comida para mim!

Santiago: Isso é... Completamente Insano!

Jonathan: Insano... Pode até ser, mas será o que vai acontecer a seguir com você, sua namoradinha, e os filhos desse casal que você esta vendo as partes deles!

Ele partiu para cima de mim com um cutelo, eu desviei, eu tentei correr, mas cai logo em seguida, estava com muito medo, não conseguia pensar:

Jonathan: Garoto, aceite logo! NÃO EXISTE FUTURO!

Suas palavras me atingiram como um tiro, eu comecei a ficar com raiva, que logo se transformou em ódio, eu me levantei lentamente, retirei o punhal de minha mãe do bolso, e disse:

Santiago: Foda-se! Eu faço meu Futuro!

Ele me atacou novamente, porém, desta vez não desviei, fui para cima dele, ele se assustou e errou o golpe, eu aproveitei e com o punhal, furei o olho dele, ele caiu agonizando, eu peguei o cutelo e sai correndo, logo depois de trancar a porta, eu fui diretamente na outra e coloquei a outra chave, eu a abri, la dentro era um quarto totalmente vazio, exceto por Alice estar amarrada e inconsciente junto com duas crianças pálidas que estavam amarradas e amordaçadas, elas estavam chorando, e quando me viram, elas fecharam os olhos, e começaram a soluçar:

Santiago: Calma, não vou machuca-las!

Elas olharam diretamente para mim, eu desamarrei elas e Alice, ouvi um estrondo na porta ao lado, o Soldado estava tentando arrombar, eu peguei Alice no colo:

Garoto: Por favor, não nos deixe aqui! Ele vai nos matar igual matou nossos pais na nossa frente!

Eu olhei com pena para eles:

Santiago: Tudo bem! Pegue sua irmã e venham!

Corremos até o carro, coloquei Alice no banco do passageiro e os dois irmãos entraram no banco de trás, eu dei a partida, as duas crianças começaram a se desesperar quando o homem apareceu na frente da igreja com o olho furado e sangue escorrendo em seu rosto, eu acelerei, até que o homem estivesse longe, então parei o carro perto de um supermercado, agora vazio:

Santiago: Bom, acho que não nos apresentamos, meu nome é Santiago, tenho dezesseis anos! E ela é Alice, tem quinze!

As duas crianças hesitaram, mas logo responderam:

Mary: Bom, eu sou Mary...

Thomas: E eu sou Thomas, como já deve ter percebido, somos gêmeos e Temos doze anos! Ah, obrigado por nos salvar daquele homem!

Eles sorriram, aquilo me confortou, realmente, depois dali percebi que não estávamos sozinhos, e teríamos que tomar cuidado daqui em diante...

Continua...